A gente tira férias para descansar, pra sorrir, pra esquecer um pouco dos problemas, né? Nem sempre. Não adianta ficarmos alheios a tudo, porque visitar um país sem conhecer sua história é desperdício. Temos que usar as oportunidades de visitar outras culturas para ensinarmos um pouco de história a nossos filhos. Nem que pra isso tenhamos que dar uma parada nos passeios alegres e mostrarmos um pouco do lado ruim da história do país que estamos visitando.
O Camboja passou por péssimos bocados em sua história, e não foram poucos. Mas não há experiência mais traumática recente do que os 3 anos em que Pol Pot e o seu grupo Khmer Rouge dominaram o país, entre 1975 e 1979. Os dados não são exatos, mas a revolução a fórceps de suposta inspiração Maoista pode ter sido responsável por quase 2 milhões de mortes nesse período, conhecido como o Genocídio Cambojano. Tudo errado. Evacuação total das cidades, trabalhos forçados no campo em troca de um pratinho de arroz por dia, e execução sumária de qualquer um que levantasse sua voz contra o novo sistema são só aperitivos do que aconteceu.


Somente nos últimos anos que o país está começando a se levantar e falar mais abertamente desse período negro. E para conhecer um pouco mais dessa história visitamos o S-21, uma antiga escola de Phnom Pehn que foi transformada em uma prisão clandestina pelo Khmer Rouge, local de tortura e morte de milhares de cambojanos.
O museu preserva alguns locais da mesma forma como foram encontrados ao final do regime, mostrando como os presos eram tratados de forma humilhante e torturados covardemente. Sim, levamos nossos filhos a um centro de tortura, pra mostrar a eles que isso não se faz, não se pede, não se defende em nenhuma hipótese. Triste e importante.
O Camboja é um país incrível, de gente maravilhosa. Assim como o Brasil, nunca mereceu uma ditadura sanguinária, que usou a tortura e a morte sumária como política de estado. Que nossos filhos tenham aprendido um pouco e nunca reproduzam os absurdos que os Bolsonaros da vida defendem pelo mundo todo.