14.12.16

CRIANÇAS, VIAGEM E TECNOLOGIA, UM GUIA PRÁTICO.

(ou a nobre arte de entreter pirralhos o dia todo do outro lado do mundo)


Família em viagem acorda cedo. Afinal ninguém foi pra balada ou ficou trabalhando até tarde. E logo logo já está na rua pra visitar monumentos, museus, templos. Vai pra praia, pro restaurante, pra venda, pro mercado. Pega busão, táxi, metrô, barco, tuk tuk. E bate perna pra cascalho.

Adultos podem fazer isso o dia todo numa boa. Crianças... nem tanto. Em geral no meio da tarde o rolê já deu e é hora de voltar pro hotel. E agora, quem poderá nos ajudar?

Se o hotel tem piscina, ótimo: ganhamos um par de horas tranquilas na chegada. 
- Ah, mas hotel com piscina é caro né miga! 
Calma, dá pra contornar. Por exemplo, no último lugar que ficamos, que custava 40 reais a diária, tinha uma mesa de sinuca, e só isso já valia a diversão infantil por um tempo. Quando alugamos uma casa de fundos via Airbnb na França em 2014, o jardinzinho da casa do cara batia um bolão com os pequenos no fim da tarde. Na hora de fazer as contas de qual a melhor acomodação, pense nisso ao calcular a relação custo benefício. Um local sem nada pras crianças te obrigará a ficar mais tempo na rua cansando, estressando e gastando dinheiro em bobagens quando tudo o que você quer no fim da tarde é meter o pé pra cima e não fazer mais nada.

(Guesthouse em Phnom Pehnm, Camboja)

De volta ao quarto, ainda dá pra mantê-los offline. Com um caderninho, cola bastão e meia dúzia de lápis coloridos dá pra fazer um diário de desenhos e colagens com pequenas embalagens diferentes, recibos, cartões de embarque, mapas em línguas diferentes, desenhos que eles mesmos fazem. Melhor recordação que tem.



Depois disso tudo, acredite que o dia não acabou. Aí fio, não tem muito jeito, temos que recorrer às diversões eletrônicas.

O smartphone sem chip nos impede de brincar de Pokémon Go nas redondezas. Melhor mesmo, pois melhor das férias é sair da hiperconectividade e passar o dia com o celular em modo avião é uma dádiva. Atenham-se os jogos mais simples. Nós então não gostamos de deixar as crianças grudados demais na telinha, o tempo é racionado e conquistado, então a brincadeira tem hora pra acabar.

Partimos para os filmes. Um laptop pequeno ou um tablet ajuda muito, leve desde que não seja um trambolho. Esqueça o Netflix. Os hotéis em geral tem wi-fis péssimos, não dá pra segurar um streaming nem de YouTube. O ideal é baixar uns filmes offline antes de viajar. Isso também ajuda em viagens de ônibus ou de barco, onde você vai estar necessariamente offline. Carregue o máximo que conseguir, pois rapidinho eles assistem tudo e já começam a reclamar de ver reprises em excesso.

Uma boa é deixar uns filmes em um pen drive, de preferência baixados do Youtube, em MP4. As TVs dos hotéis geralmente tem uma entrada USB atrás, você coloca o drive e consegue ver o vídeo na telona. Arquivos piratas tipo .AVI e .MKV não vão rolar.

Pra quem gosta de música, um cabinho P2-RCA permite você usar a TV pra colocar o som a partir do telefone. O mesmo esquema do pen drive vale pra música: jogue lá uns mp3 e vc pode ouví-los pela telona.

As crianças, cansadas do dia cheio, certamente vão dormir cedo. Daí é a hora de você tomar aquele drink merecido da noite na varanda quem sabe ver um filminho de gente grande também né? 

Que nada, mermão, eu também tô morto, pô! Não dá meia hora e eu játô caindo na cama com eles.

Até amanhã que as crianças vão acordar cedo e temos um monte de passeios pra fazer!