1.12.16

BANGKOK É SÃO PAULO, SÃO PAULO É BANGKOK

Quando se pensa em viajar ao sudeste asiático, as pessoas geralmente querem sossego: esperam as praias, ilhas, mergulhos, surf, ver campos de arroz, matutos de chapéu de palha e templos religiosos.

Bangkok, a capital da Tailândia, é de alguma forma uma espécie de passagem. O vôo chega aqui, então todo mundo acaba passando uns dias na cidade antes de ir logo ao que mais que interessa. 

Acontece que Bangkok é uma cidade interessantíssima. Sim, é uma bagunça: trânsito pesado, ruas com gente pra burro, gente apressada, gente que não tá nem aí  pra sua ideia de turismo. Mas ao mesmos tempo tem coisas bacanas que só as metrópoles tem.



Se você nasceu e viveu em uma cidade super bem organizada da Europa, posso aceitar você falar em choque cultural. Mas se você é brasileiro, não me venha com essa. Afinal, não há nada de novo em ver engarrafamentos, motoboys costurando o trânsito, prédios high tech, shoppings enormes próximos a camelôs e botecos pé sujo, gente de terno caminhando ao lado de maltrapilhos, fiação solta nas ruas, calçadas mal feitas. No fim pouco do que se fala de Bangkok não se aplica a São Paulo. Pois no mundo globalizado cidades assim, mesmo tão distantes, não são mais do que espelhos da economia global, reproduzinho da mesma forma o que há de pior e melhor das economias emergentes. 



Aqui tem clone da 25 de março (Chinatown), tem Santa Ifigênia (MBK Center), tem minhocão (vários na verdade), tem monotrilho pronto (Sky train), tem ponte estaiada, tem motoboy vida loka, tem taxista malandro, tem carro fazendo conversão proibida, tem multiplex passando o último filme do Tom Cruise, tem apartamentos residenciais de 30 andares, tem espetinho na rua, tem restaurante gourmet, tem gente mexendo no celular o tempo todo, tem wifi no McDonald's, tem obra na rua, tem jovens azarando depois da aula, tem buátchi, tem igreja e tem zona.


Estamos em casa.