30.11.16

O Brasil sempre será o país do futebol -

Estamos do outro lado do mundo, mas a distância não muda em nada o choque que tivemos ao saber da tragédia do time da Chapecoense. Desde que chegamos quando falamos que somos do Brasil, ainda nos falam de futebol - podemos perder de 7 a 1 mil vezes, para o mundo sempre seremos o país do futebol. Hoje de manhã um tailandês no mercado citou a tragédia imediatamente ao saber de nossa origem. Registro aqui nossos sentimentos.


28.11.16

MEN IN BLACK

Bangkok - 28-11-2016

Como mochileiros de alguma experiência, viemos do Brasil com um quantidades mínima de roupas, todas cuidadosamente pensadas por Carol de acordo com a leveza, o conforto e a facilidade para se lavar e secar no próprio hotel. Sequer despachamos malas. Temos algumas camisetas de caminhada, shorts, bermudas e calçados leves, todas compradas na Decathlon. Todas coloridas e simples, fácil de vestir e transportar. Nada de calças pesadas ou roupas bacanas.



Certo?

Quase. 

Vocês aí estão discutindo a morte de Fidel Castro, do Leonard Cohen ou do David Bowie, não sabem o que é um luto de verdade. Há pouco mais de 45 dias a Thailândia perdeu o seu rei, Bhumbol Adulyadej, que era exercia o reinado mais antigo do mundo, sendo coroado rei há 70 anos atrás.


Pelo que se sabe o rei era bastante querido pela população, que em sua maioria nunca teve outro líder. Se ele foi uma boa pessoa não saberemos, pois é expressamente proibido falar mal do rei por aqui. Fato é que a tristeza no país pela sua morte foi grande. E o luto é visível a cidade inteira tem cartazes, outdoors e mensagens lamentando sua perda. Pra todo lado vemos pequenos memoriais com sua foto e flores ao seu redor.



Mas o mais impressionante é que a Tailândia está vestindo preto. Nos dias seguintes de sua passagem, foi pedido para que TODA a população do país usasse preto. As lojas sequer tinham roupas pretas para vender, pois acabaram o estoque, e os preços subiram. O governo comprou uma quantidade grande de roupas pretas para distribuir para a população pobre que não tinha como comprá-las.

O primeiro luto oficial de 30 dias da morte passou, mas o luto oficial se estenderá por pelo menos 1 ano. Durante todo esse tempo, todos os funcionários públicos deverão trabalhar de preto. Não é obrigatório, mas a população é encorajada a seguir vestindo preto durante esse ano. E assim estão fazendo. A maioria das pessoas nas ruas está de preto.

E tem mais. Toda a população da Tailândia está sendo chamada para prestar condolências diretamente ao rei, que está embalsamado no Grande Palácio. O país tem quase 70 milhões de habitantes, e TODO MUNDO terá que comparecer.

O resultado é que diariamente o palácio recebe a visita de milhares de cidadãos, todos de preto, que fazem uma fila quilométrica para entrar no local designado e chorar a morte do rei. 





Enquanto isso, na parte do palácio aberta a visitação turística (impressionantemente belo por sinal), milhares de turistas em roupas coloridas tiram selfies alegremente. Nós entre eles.







27.11.16

BRASIL - CATAR - TAILÂNDIA

21 horas dentro do avião. Saímos às 4 horas da manhã de São Paulo, para 14 horas de vôo direto até Doha, no Catar.



Lá, mais espera na madrugada no aeroporto. Novo vôo, mais 9 horas até finalmente Bankok. A sorte é que gostamos de cinema, pois passar o fim de semana assistindo a meia dúzia de filmes e ainda viajar o mundo não é motivo pra reclamação. Os meninos dormiram razoavelmente bem nos tempos possíveis, o que nos deixou tranquilos. Nas horas vagas, pequenos games e filmes seguram facilmente a onda.

Mas é lógico que cansou. Chegamos no meio da tarde de domingo na cidade, moídos como o pó da rabiola. No táxi, conhecemos o trânsito de Bangkok.




Chegamos no hotelzinho simples que agendamos, e após um descanso rápido pra matar saudade de um cama, deu tempo de uma rápida caminhada pela redondeza. Na verdade passamos por um shopping, MBK center, que na parte externa tem uma pequena feirinha. Tomamos uns sucos esquisitíssimos. Comemos uma fruta estranha (red rose apple) e jantamos um “Pad Thai” padrão. Voltamos e dormimos cedo. Jet lag superado já no primeiro dia. Para tudo gastamos 350 Bahts, 35 reais.





Bangkok é uma cidade de quase 6 milhões de habitantes, bem urbana, cheia de trânsito, prédios altos, obras modernistas e com lá seus contrastes. Tipo São Paulo.



Acordamos cedo e hoje vamos para o primeiro dia de passeio de verdade pela cidade. Bora!

FEBRE

Para ler ouvindo:

 

25 de novembro de 2016 - Aeroporto de Guarulhos - Brasil


2 horas da manhã. . Chegamos tranquilos. As crianças dormiram 4 horas antes de sairmos de casa. Os adultos não dormiram nada. Mas ok, chegamos com mais de duas horas de antecedência para o vôo, provavelmente os primeiros no balcão da companhia aérea.

Malas e mochilas cuidadosamente preparadas, check.
 Passagens, check.
 Passaportes, check.
 Vistos, check.
Cartão de vacinação de febre amarela… not check.

Putz! Esquecemos os cartões de vacinação! E agora?

Poxa, as crianças são vacinadas contra febre amarela desde 2013. Nós somos vacinados desde 2006, quando tentamos pela primeira vez ir à Tailândia e ao Camboja. A vacina tinha validade de 10 anos. Ainda assim, esquecemos os cartões. Opções

1 - Voltar pra São Paulo correndo, pegar os cartões e perigar de perder o vôo se houver algum atraso? 2 - Viajar, alguém da família passar em casa e nos enviar o cartão escaneado durante a viagem. Assumir o risco de pagar uma multa por não termos a documentação correta?

 Optamos pela 2. Assinamos um termo no qual a companhia aérea se eximia de responsabilidades em caso de deportação. Será que iriam nos mandar de volta…?

27 de novembro de 2016 - Aeroporto de Suvarnabhumi - Tailândia - 25 horas depois


Ao contrário da maioria dos aeroportos, os passageiros vindos da América Latina e África tem que passar pelo Health Control antes de qualquer coisa, antes até do controle de imigração. Uma fila razoável. Todo mundo de cartãozinho laranja na mão. Menos a gente.


Os pais de Carol nos enviaram por email os cartões. Chegou a nossa vez. Carol mostrava no celular, mas sua mão tremia. A um certo momento a atendente pegou o celular ela mesma para conseguir ver melhor. Ok para as crianças, carimbado. Mas o de vocês não. A vacina de vocês venceu há 3 meses… Salinha ao lado por favor. Vocês precisarão pagar 700 Bahts (70 reais) cada um… para tomar a vacina aqui agora.


Só isso? Só. Pagamos a quantia, tomamos a vacina. Fomos recebidos na Tailândia a agulhadas.

Mas nada mais importa. Estamos na Tailândia.