31.3.12

A epopéia de George em Miami

Barbados, quinta feira, 4 da manhã. Eu, George, acordo e me levanto na ponta dos pés, tentando não acordar as crianças.

Peguei uma mochila vazia e às 4:20 da manhã eu deixei o hotel e minha família e entro num táxi em direção ao aeroporto de Barbados, onde pegaria meu vôo para Miami.

Como assim, você fugiu no meio da noite e largou a família?

Claro que não.

Marquei esse vôo ainda no Brasil. Pra quem não sabe, a diferença de preços de produtos eletrônicos no Brasil e nos EUA é tão abissal que mesmo a diferença na compra de pequenos produtos pessoais, como iPod e iPhone, já compensa a viagem. Então, já que estava no meio do caminho, armamos de fazer um "bate e volta" em Miami para fazer rápidas compras pessoais.

O vôo sairia de Barbados às 6:40 da manhã, e eu pegaria o vôo de volta quase 12 horas depois, às 6:20 da tarde. Tempo de sobra pra fazer compras, né?

Que nada! Acredite você que acabei de sair da visita mais rápida e corrida a um país que já ouvi falar.

Vá acompanhando as emoções.

O vôo Barbados-Miami durou 4 horas e 20 minutos. Portanto, só cheguei às 11h.

Lá pelas 11h10, lá estava eu na MOSTRUOSA fila da imigração. Minha nossa senhora, um mundaréu de gente querendo entrar. Loucura.

Escolhi uma fila e esperei. Esperei. Esperei. Só fui atendido quase 1 hora e meia depois. Mas, ufa, entrei.

Logo na saída do aeroporto, achei o ônibus faz a rota em direção a Miami Beach, que era aonde marquei de fazer minhas compras. Cheguei no ponto e já tinha um ônibus saindo, mas não pude pegar: eles não dão troco, só aceitam pagamento trocadinho. Como não tinha os 2,35 certinhos na mão, tive que descer e comprar um cartão diário numa maquininha. Atraso.

Entrei no ônibus seguinte. 15 minutos depois o ônibus chegou… no lugar errado. Aquele não era o ônibus pra cidade, e sim um "shuttle" que levava à estação de trem. Ô cabeça! Voltei. Atraso.

Peguei o ônibus certo finalmente e cheguei em Miami Beach por volta das 14h. Como tinha que estar no aeroporto de volta às 16h20 (pra pegar o vôo das 18h20), restava-me menos de 2 horas pra fazer as tais compras.

Parei numa bela rua de pedestres chamada Lincoln Road. A rua começa na praia e tem um comerciozinho turístico nas pontas e lugarzinhos pra sentar e beber no centro. Charmosinho.

Corri para a Apple Store, que ficava ali mesmo. Um dos váários vendedores logo me atendeu, e em poucos minutos já tinha tudo na minha mão pra fazer a compra. Apple store, que lugar genial.

O único problema é que…. meus cartões não passaram!

Sim, sim, antes de viajar, no Brasil, conversei com a minha gerente, liberei o cartão para uso internacional, chequei meu limite, chequei meu saldo. Fizemos também um cartão "travel money", somente para isso. Plano A e Plano B. Tudo certo, mas só na teoria.

Que tal viajar horas e horas e não fazer as compras, hein?

Desesperado, corri (literalmente) até um caixa eletrônico tentar sacar o dinheiro. O limite de saque era limitado, e seria obrigado a fazer várias vezes o processo. Na terceira vez, o cartão não aceitou mais. Ainda faltava dinheiro. Corri ao telefone e tentei ligar para o número de atendimento do banco para os EUA. A atendente americana, tão solícita quanto inútil, me informou que nada podia fazer e eu tinha que ligar no Brasil pra resolver.

Como o stress acelera o tempo, já chegava a hora de voltar pro aeroporto. E eu ainda estava de mãos vazias.

Voltei à loja cabisbaixo, com as notas que saquei do caixa eletrônico, já pensando em comprar só o que desse com o meu dinheirinho. Mas antes, que tal tentar passar o cartão só mais uma vez?

O cartão passou.

15h30. Ainda consegui passar em uma outra lojinha ali do lado e comprar uma outra coisinha. O dia estava salvo.

16h. Tinha que estar no aeroporto em 20 minutos.

Resultado: saí correndo de Miami sem sequer ter visto a praia, sem ter parado sequer pra tomar um café. Peguei um táxi.

Eis que o caminho do aeroporto estava ENGARRAFADO! Me senti em SP, na Marginal Tietê.

O trajeto que dura 15 minutos normalmente, eu fiz em 50 minutos. Cheguei em cima da hora, e ainda peguei outra fila monstruosa pra checagem de segurança.

Cheguei no portão de embarque 30 minutos antes do vôo, ou seja, em cima da hora.

Surpresa: "ainda não começamos o embarque".

Opa, bora pegar uma muambinha duty free ali do lado?

- Não posso vender par você, porque já passou da hora do embarque em seu cartão, sou proibida de vender duty free pra você.

Ok. Bora pro avião, e pegar mais 4h20 de viagem, meia hora de carro até chegar no hotel, com todo mundo dormindo. Esperando que tudo tenha rolado bem com a Carol e as crianças.

Saudade da família, saudade das minhas férias.